carnaval na serra

carnaval nas serras gaúchas... melhor, impossível! passadinha rápida por poa (escrito pode) para uma norteña no uruguaio da cidade baixa e sambinha cantado com o único representante da velha-guarda que apareceu por ali, o simpático Didi. tudo isso debaixo de uma chuva torrencial. o que esses amantes da boemia não fazem!

direto para são francisco de paula, ou simplesmente, são chico. cidade linda e clima de serra. pro carnaval a previsão era mínima de dezesseis, mas com o vento sabe-se lá viu. chegamos no meio da tarde e já tinha uma cerração de que não deixava enxergar quase nada, promessa bem vinda de frio.

na entrada da cidade uma cena hilária; um fusca em cima de uma árvore! incrível isso e mais incrível ainda foi esquecer de perguntar na cidade o motivo dessa esquisitice!

pousadinha sossegada com intermináveis cafés da manhã. amo café colonial, posso virar uma baleia, mas não abro mão de me deliciar por todas as horas que me são permitidas. lugar agradável, clima de campo e tudo com estilo e sotaque gaúcho, assado de vala, comida campeira, milongas e bugios.

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pulinho em canela para mudar de ares e de bares. essa é uma das cidades mais charmosas que conheci. as ruas são largas, floridas. pessoas gentis inclusive no trânsito, pena que não conseguimos caminhar muito porque nos rendemos à primeira Patrícia que encontramos.

na volta uma paradinha no mercado municipal de porto alegre para um bolinho de bacalhau e chopp no Gambrinus. ali tem o garçom mais gentil de poa - o vovô (ele mesmo se apresenta assim). um simpático vozinho que trabalha no mesmo restaurante há 42 anos. alguns clientes nem fazem mais o pedido apenas dizem: bom dia vovô!

roteiro perfeito de carnaval. fugir da folia e do larálaÔôôÔ... mas que calÔôÔÔÔ

carnaval passado...

não tenho certeza, mas foi um baile de carnaval em sta helena - go. tempo indefinido e ... (melhor não destruir o lugar). essa menininha aí cresceu. e agora ela se manda para picos mais altos!

área total do município: 3.289,70 km²
latitude sul: 29º29'00''
longitude: 51º30'21''
Altitude: 945 metros acima do nível do mar

af... o carnaval!

imagino que poucos concordam comigo, mas o festival de bundas no carnaval é uma coisa insuportável. e com o advento do silicone a coisa foi só piorando. são tantas formas plastificadas de peitos e bundas que fica fácil acreditar que todas foram ao supermercado e pegaram na prateleria uma bunda igualzinha a da sua vizinha. dá até medo ver um telejornal inofensivo e se deparar com a moça do tempo de microbiquini e com a cabeça cheia de penas. af... aaaffff...

mas aí que para "descansar" um pouco resolvi ler um nelson rodrigues, e encontrei dentro do livro essa fotografia sensacional. uma pena, mas não tenho nenhuma referência sobre o fotógrafo porque ganhei assim, um recorte de revista mesmo. mas para tempos de bunda de fora um trechinho para fazer rir. e quem gostar procura o livro porque é genial mesmo.

"Meu Deus, se alguém me perguntasse o que há de mais patético no ser humano, daria a seguinte resposta fulminante: _ "A nudez". Para mim, não há nudez intranscendente. Explicarei, mais adiante, por que um vago decote pode comprometer ao infinito. Mas o que importa, de momento, é contar o grande espanto da minha infância."

a menina sem estrela; memórias - nelson rodrigues

um céu sem estrelas??
não... com um milhão delas.
foto do céu (bêbado) para o rô

acordei P&B

Erwin Blumenfeld - jul/1948

ernst hass

ontem uma sexta-feira treze e noite de jantarzinho em boa companhia. a idéia era um indiano para podermos degustar a nossa sobremesa preferida o Gulab Jamum. tudo começou com um certo atraso e da forma mais rústica possível. o fogão a lenha, tacho de ferro e a franguinho (quatro dedos e uma espora ou três dedos e duas esporas??) morto na hora de ir pra panela. não sabíamos mais onde acabava o indiano e onde começava a bruxaria, mas tudo estava bonito e perfumado. foi explosão de luzes, sabores e cheiros. e para quem não foi. segue aí a receita da sobremesa que, diga-se de passagem, ficou dos deuses.

Gulab Jamun (Docinhos Mergulhados Na Calda De Água De Rosas)

Ingredientes :
200 gramas de leite em pó integral
50 gramas de farinha de trigo branca
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
25 gramas de manteiga amolecida ou guee
1/2 colher de chá de cardamomo
leite fresco
750 gramas de açúcar
1 colher de sopa de água de rosas ou algumas gotas de essência de rosas
guee para fritura
água

Numa panela, faça uma calda fervendo 750 ml de água com açúcar. Depois de ferver por 3 minutos, junte a água de rosas e retire do fogo. Em panela separada, misture o leite em pó, o bicarbonato de sódio e o cardamomo. Aqueça o leite, juntando-o à mistura. Misture bem a massa e, antes queendureça, faça bolinhas com 2 cm de diâmetro. As bolinhas devem ficar lisas e homogêneas. se a massa estiver dura demais, junte-a com o leite. Numa frigideira sobre o fogo baixo, aqueça o guee, mas não deixe esquentar demais, pois somente o lado externo das bolinhas ficará cozido. frite as bolinhas, e mexa-as continuamente, impedindo de grudarem no fundo da panela, até que elas começem a flutuar na superfície e fiquem com uma cor dourada escura. Aqueça novamente a calda de açúcar por 2 a 3 minutos. Retire do fogo todas as bolinhas do guee, escorra e mergulhe-as na calda. Mantenha-as na calda por 2 horas (ou muito mais, se possível, até 2 dias) antes de servir.

passa a bola Tom

mercado japonês

ontem foi dia de ir ao mercado comprar temperinhos. o espaço (esquecido) do mercado municipal daqui tá ficando bem legal. talvez fosse pela manhã ensolarada com céu tão bonito, mas tem um movimento acontecendo por ali. com a novidade do mercado japonês que é um lugar muito simpático e com um proprietário mais simpático ainda. ali você pode comprar os produtos para as comidinhas japonesas e ainda aprender a prepará-las. o marcos ensina com uma visível satisfação e uma deliciosa paciência oriental. e ainda pode degustar os hossomakis, temakis, entre outras delicias, ali mesmo no balcão com as entradinhas oferecidas para degustação e uma ótima conversa.

para dizer o que não consigo

DESORDEM

meu assunto por enquanto é a desordem
o que se nega
à fala

o que escapa
ao acurado apuro
do dizer
a borra
a sobra
a escória
a incúria
o não-caber

ou talvez
pior dizendo
o que a linguagem
não disse
por não dizer
porque
por mais que diga
e porque disse
sempre restará
no dito o mudo
o por dizer
já que não é da linguagem
dizer tudo

ou é
se se
entender
que o que foi dito
é o que é
e por isso
nada há mais por dizer

portanto
o meu assunto
é o não-dito não
o sublime indizível
mas o fortuito
e possível
de ser dito
e não o é
por descuido
ou por intuito
já que
somente a própria coisa
se diz toda
(por ser muda)

é próprio da palavra
não dizer
ou
melhor dizendo
só dizer

a palavra
é o não ser
isto porque
a coisa
(o ser)
repousa
fora de toda
fala
ou ordem sintática

e o dito (a
não-coisa) é só
gramática
o jasmim, por exemplo,
é um sistema
como a aranha
(diferente do poema)
o perfume
é um tipo de desordem
a que o olfato
põe ordem
e sorve
mas o que ele diz
excede à ordem
do falar
por isso
que
só
desordenando
a escrita
talvez se diga
aquela perfunctória
ordem
inaudita

uma pêra
também
funciona
como máquina
viva
enquanto quando
podre
entra ela (o sistema)
em desordem:
instala-se a anarquia
dos ácidos
e a polpa se desfaz
em tumulto
e diz
assim
bem mais do que dizia
ao extravasar
o dizer

dir-se-ia
então
que
para dizer
a desordem
da fruta
teria a fala
— como a pêra —
que se desfazer?
que
de certo modo
apodrecer?

mas a fala
é só rumor
e idéia
não exala
odor
(como a pêra)
pela casa inteira

a fala, meu amor,
não fede
nem cheira

FERREIRA GULLAR

a folhinha do vaticano

calendário na parede não é mais privilégio de borracharia ou oficina mecânica! o vaticano desde 2003 produz calendários para "decorarem" as paredes dos sagrados oratórios... de passar mal! você pode acessar o link e comprar diretamente do vaticano que o papa manda entregar na sua casa. vou colocar aqui algumas fotos para instigar a curiosidade e o consumismo. rs

algumas noites são tão difíceis que só com um thelonius e muita stolichnaya...

leminskiando

não fosse isso
e era menos
não fosse tanto
e era quase.


caprichos e relaxos - p. leminski